sábado, 21 de novembro de 2009


ENTREVISTA

Entrevistei o jornalista JG da rádio Uirapuru e apresentador do programa Repórter do Povo. Tem 40 anos de história na rádio passofundense recebendo vários prêmios como locutor destaque e o mais ouvido da região.

“ Buscar a notícia e a verdade, aonde ela estiver com quem for, mesmo que essa verdade seja uma mágoa para mim.”
JG


TÁSSIA LAUXEN: Como o Senhor iniciou a carreira como jornalista? Teve algum incentivo que o levou a seguir a profissão?

JG: Foi o próprio rádio, escutado muito o rádio. Eu tinha sonho em ser radialista, repórter,locutor, desde pequeno. Comecei com 14 anos de idade na rádio Itaqui, da cidade de Itaqui, essa rádio foi fechada pela ditadura de 1964.

TL: Teve alguém em que o senhor se espelhou para ser jornalista?

JG: Todos os locutores daquela época Vilamar Machado, locutores da rádio Farroupilha, eu ouvia em Uruguaia e ficava maluco, eu queria ser um deles e trabalhar na rádio Farroupilha. Depois da Rádio Itaqui com 17 anos fui trabalhar na Rádio Farroupilha, em Porto Alegre, fiquei 7 anos lá.

TL: Qual o momento na sua profissão que o senhor considerada que foi o mais difícil?

JG: O mais difícil foi a época da ditadura, tinha que medir as palavras, jamais eu poderia fazer um programa como eu faço hoje. A censura vinha pra cima e não era uma censura leve, eles não deixavam a gente fazer. As noticias quem passavam eram os do governo.

TL: Qual a reportagem que marcou a sua carreira?

JG: Teve duas, uma quando o Papa veio em 1980, que eu transmiti. E também na estada do prefeito de São Ângelo Dom Pinheiro na Fenasoja 1978.




TL: E o que o senhor tem a dizer sobre o Diploma de Jornalista que está sendo tão debatido?

JG: Sou a favor. Por que eu não fui beneficiado por não ter um curso superior de jornalista. Eu tive que aprender com a vida, trabalhando, confesso que até hoje não sei nada, o que eu sei é na prática do dia á dia. Eu não tenho a teoria do jornalismo. O diploma de jornalismo ele é tão importante como um diploma para qualquer outra profissão, seja para médico, advogado. É preciso se dar conta que não podemos deixar profissionais despreparados e desqualificados para o mercado de trabalho.


TL: O que o senhor acha eu é essencial para ser um ótimo profissional, assim como o senhor, na área comunicativa?

JG: Independência. Independente que eu digo é ter a sua opinião própria e não ter medo de expor a verdade.

TL: O que o senhor tem a dizer aos novos jornalistas que estão vindo?

JG: Como o ditado já diz “se conselho fosse bom não seria de graça” (risos). Em primeiro lugar a pessoa tem que gostar do que está fazendo, não conheço nenhum jornalista ou radialista que seja bom e não goste da profissão. É preciso ter paixão, eu sou apaixonado pelo que faço. Acordo pela manhã com dois rádios ligados, jornais na minha casa e a televisão ligada nos noticiários. Quero chegar na rádio e passar tudo o que eu sei para o ouvinte, qualquer dúvida do ouvinte nos temos obrigação de responder. Resumindo é preciso paixão!


RESPOSTAS RÁPIDAS:

LIVROS: livros de reportagens, A comunicação no Brasil, Jô Soares, História de Roberto Marinho, Silvio Santos.

FRASE: “ Buscar a notícia e a verdade, aonde ela estiver com quem for, mesmo que essa verdade seja uma mágoa para mim.”
“Se quiseres conhecer o mundo cuida da tua aldeia”





Por Tássia Lauxen

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